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Berço de Estrelas

As estrelas, como tudo, têm um ciclo de vida. Nascem todas da mesma maneira, por acção da gravidade que faz colapsar nuvens enormes de gás e poeiras. O colapso prossegue de forma mais rápida em certas zonas da nuvem dando origem a conglomerados que continuam a ser comprimidos pela própria gravidade. A compressão leva a um aumento tal da densidade e temperatura no centro de cada conglomerado, que a certo ponto se dá a ignição de uma nova estrela. Tipicamente, uma destas nuvens tem material suficiente para produzir milhões de estrelas como o Sol. São berços de estrelas a uma escala difícil de imaginar.

O processo resumido acima é complexo quando pretendemos perceber em detalhe o que dá origem à variedade de estrelas no universo. A massa inicial das estrelas é um dos factores mais importantes na sua evolução, mas há detalhes importantes como a formação de estrelas binárias ou de planetas em torno de cada estrela que requerem estudos que ainda estão por fazer.

Um berço de estrelas chamado Nebulosa Carina. Credit: NASA, ESA, CSA, STScI.
Um berço de estrelas chamado Nebulosa Carina. Credit: NASA, ESA, CSA, STScI.

A Nebulosa Carina — objecto da quinta imagem do Webb a ser publicada — é um exemplo espectacular de um destes berços de estrelas. O Webb mostra-nos parte da nebulosa, também conhecida por NGC 3324 e que dista cerca de 7600 anos-luz da Terra. A imagem está salpicada de muitas estrelas, umas mais perto e outras mais longe, e alguma galáxias longínquas.

Tal como as nuvens a que estamos mais habituados — as de vapor de água na atmosfera — a Nebulosa Carina apresenta regiões mais escuras, opacas à luz que vem de trás e pouco iluminadas pela frente, e regiões mais claras, normalmente perto dos bordos iluminados por luz rasante de estrelas próximas e brilhantes.

A nebulosa apresenta um sem número de estruturas em forma de pilares rectilíneos e curvos, de bolhas ou cavidades, e parece estar a evaporar na parte superior. A diversidade de formas é esculpida por ventos (sim, ventos!) e radiação ultravioleta intensa provenientes de estrelas de grande massa acabadas de nascer no seu interior.

As regiões mais empoeiradas da nebulosa, quase opacas à luz visível, são mais transparentes à luz infravermelha detectada pelos instrumentos do Webb Near-Infrared Camera (NIRCam) e Mid-Infrared Instrument (MIRI),. Assim sendo, o novo telescópio oferece um potencial imenso de estudar estes primeiros estádios de vida das estrelas.

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